Certamente que isto é uma grande parte da nossa dignidade... que possamos conhecer e que, através de nós, a matéria possa conhecer-se a si própria; que, começando com protões e electrões, saídos do princípio dos tempos e da vastidão do espaço, possamos começar a entender; que, organizados como estão em nós, o hidrogénio, o carbono, o nitrogénio, o oxigénio, esses 16 a 21 elementos, a água, a luz do Sol- todos eles, tendo-se transformado em nós, possam começar a entender o que são, e como se tornaram nisso. George Wald (Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia) (1964)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Enquanto a Europa se afunda, a Comissão Europeia "proíbe" a ingestão de àgua!



O Dr. Andreas Hahn e o Dr. Moritz Hagenmeyer são conselheiros das empresas agro-alimentares sobre as afirmações ligadas à saúde que estas podem fazem em relação aos seus produtos. Foi pedido à Comissão Europeia se os produtores europeus de água engarrafada podiam afirmar que "o consume de regular de quantidades significativas de água permite reduzir o risco de vir a desenvolver uma desidratação".

Ao fim de 3 anos de inquérito, os burocratas de Bruxelas chegaram à conclusão que não existem provas suficientes para afirmar que beber água previne a desidratação. 


                                            


Quem tem dificuldade em acreditar numa tal estupidez, pode ler o Regulamento nº 1170/2011 da Comissão do dia 16 de novembro deste ano, assinada por Durão Barroso:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2011:299:0001:0003:FR:PDF

Isto significa que a partir de agora, os produtores europeus de água engarrafada estão proibidos de fazer essa afirmação em relação aos seus produtos, com uma pena que pode ir até aos dois anos de prisão.

Perante tal estupidez, as reacções são numerosas. O deputado europeu inglês Roger Helmer declarou: "Isto é de uma estupidez abissal. O Euro está em fogo, a Europa desmorona-se e existem tecnocratas chorudamente pagos para se interrogar sobre as qualidades evidentes da água e tentar proibir-nos o direito de afirmar o que é evidente. Se fosse necessário um exemplo para demonstrar a loucura que representa o projecto europeu, era este".


Esta decisão surreal  lembra uma regulamentação europeia que muitos já esqueceram e que data de 1995. A Comissão Europeia, sempre preocupada com o nosso bem estar, chegou ao cumulo de determinar o ângulo que as bananas e os pepinos deveriam ter ou definir o calibre das cenouras. Foram assim 26 as frutas e legumes cuja forma, tamanho e consistência a serem objecto da (in)tolerância da Comissão, o resto ia para o lixo. O importante é a normalização.


http://en.wikipedia.org/wiki/Commission_Regulation_%28EC%29_No_2257/94



Por: Octopus
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A água veio do Espaço

Novas observações astronómicas provam que os cometas transportaram a água para o nosso planeta. Foram ainda revelados dados sobre a formação do sistema solar


OS catálogos astronómicos dizem pouca coisa sobre a estrela TW Hydrae. Revelam apenas que se trata de uma estrela anã cor-de-laranja, que se situa a 175 anos-luz, na constelação de Hidra e que tem no máximo dez milhões de anos. As novas observações realizadas pelo telescópio espacial Herschel, da agência aeroespacial europeia ESA, permitiram no entanto descobrir mais do que isso.
As maiorias das estrelas jovens estão rodeadas por  um disco de gases e poeira. Estes começam depois a aglomerar-se com a força da gravidade e acabam por formar planetas. A estrela TW Hydrae também se encontra em fase de "casulo". O seu disco estelar vai até 200 unidades astronómicas (1 UA corresponde à distância entre o Sol e a Terra, cerca de 150 milhões de quilómetros). No limite desse disco, o Herschel detectou a assinatura de luz infravermelha de vapor de água. Os cientistas já tinham detectado água em outros sistemas solares, mas esta encontrava-se sempre em zonas mais interiores e relativamente mais quentes e perto da estrela. Agora, esta é a primeira vez que a água é detectada no limite externo de um sistema solar. É nesta região que se formam os cometas, compostos maioritariamente por gelo.
Os dados do telescópio Herschel fundamentam assim a teoria de que a água chegou à Terra devido ao impacto de cometas com o nosso planeta, durante a formação do nosso sistema solar. "A nossa observação desse vapor de água gelada demonstra que o material existe lá em quantidade suficiente para encher milhares de oceanos terrestres", explica o astrónomo Michiel Hogerheijde, do observatório da cidade holandesa de Leiden, que descobriu o anel de água em volta de TW Hydrae.
Através deste processo, é possível que existam planetas aquáticos, como a Terra, por todo o Universo. Esta teoria é apoiada por uma série de outros dados revelados pelo telescópio espacial de infravermelhos Spitzer, da NASA, ao estudar a estrela Eta Corvi, a 60 anos-luz da Terra. Ela encontra-se na constelação do Corvo, pode ser vista a olho nu, tem mais massa do que o nosso Sol e tem cerca de mil milhões de anos.
No sistema de Eta Corvi encontraram-se nuvens de pó de formato incomum, comparáveis à formação química dos cometas. Por este motivo, os astrónomos da NASA concluíram que essas nuvens ficariam presas na atmosfera de um dos seus planetas rochosos, caso um ou vários cometas colidissem com a sua superfície. Este planeta sofre assim o mesmo destino que a Terra, durante os primeiros mil milhões de anos após a formação do sistema solar, há 4,6 mil milhões de anos. Nessa altura, os cometas originários da cintura de Kuiper, situada para além de Neptuno, embatiam na superfície da Terra com regularidade.
Sem estes impactos, teorizam os cientistas, não existiria água no nosso planeta.
Talvez os astrónomos tenham observado o primeiro passo para a criação de vida noutros planetas em Eta Corvi. .
Fonte: Focus Magazine

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fim da Exploração Animal

Um verdadeiro activista... Um activista a 100 %, além de se documentar para o que defende, está no terreno. Mais, acredita no que defende... Percam um pouco do vosso tempo a ouvir esta palestra sobre direitos dos animais e veganismo. Mudará a vossa visão sobre o tema debatido...

Apoie o Fim da Exploração Animal no Facebook                         
             
        

domingo, 23 de outubro de 2011

Os sons da Terra, os sons da angustia.

O "Ser Humano" é o único animal que destrói aquilo que o sustenta!

De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

Rui Barbosa  em  Mãe Terra



  

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Atacar "as sete causas mortais"

                          Especialista propõe combate aos danos causados pelo envelhecimento

 Em 25 anos podemos ter as tecnologias e os medicamentos necessários para combater "as sete causas mortais" do envelhecimento, afirmou Aubrey de Grey, gerontólogo da Universidade de Cambridge, num congresso em Madrid, informa a Lusa.

Segundo o especialista em medicina regenerativa,"temos que lidar com a magnitude do sofrimento e danos que o envelhecimento causa".
  

Aubrey de Grey defende a aposta num novo paradigma de combate ao envelhecimento e atrasar o processo. O responsável da SENS Foundation referiu que para que isto avance, é necessário "entusiasmo público que se transforme depois em política pública".

"Continua a ser uma área subfinanciada, com pouco investimento na procura de medicamentos que combatam os danos do envelhecimento e, em paralelo, apenas medicamentos geriátricos", afirmou.
Considerando que a saúde do futuro "será essencialmente sobre os temas do envelhecimento", o cientista garantiu que é possível combater o envelhecimento.

Para que os métodos de combate ao problema sejam eficazes, não se pode apostar apenas "no antes" e no "depois" do envelhecimento, mas sim durante, "entrando no corpo pontualmente para reparar os danos causados", sugeriu.

Actuar antes "no metabolismo que causa os danos" é demasiado complexo, "já que se desconhece muito mais sobre o metabolismo do que se conhece". E lidar depois, com cuidados geriátricos, é inadequado porque os danos já são demasiados.
  A alternativa, para Aubrey de Grey, é actuar com métodos regenerativos, "recuperando a estrutura de tecidos biológicos, de órgãos" ou agir "ao nível molecular, restaurando a estrutura de algumas coisas ao nível celular".

"Quase tudo hoje é medicina geriátrica. Trata-se as doenças da idade como outras doenças. Mas por causa dos danos acumulados, é um trabalho cada vez mais difícil e menos eficaz", explicou.

A alternativa é atacar "as sete coisas mortais": lixo dentro das células, lixo fora das células, células a mais ou células a menos, mutações de cromossomas ou da mitocondria e cruzamentos de proteínas.

De acordo com o especialista em medicina regenerativa, desde 1982 que não se identifica um novo tipo de dano causado. “Estamos muito próximos, talvez poucas décadas, de combater cada uma destas sete formas de causar danos ao corpo",  disse. 
Fonte: Ciência Hoje                                                                                                                                     

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em busca do lago 'perdido' na Antárctida

            Expedição pode encontrar novas formas de vida e pistas sobre alterações climáticas

Um grupo de cientistas britânicos vai investigar um lago subterrâneo na Antárctida nos próximos dois anos na esperança de descobrir pistas sobre as mudanças do clima e revelar novas formas de vida.

Os investigadores partem na próxima semana rumo ao lago Ellsworth, um dos lugares mais longínquos e hostis do planeta, que há quase um milhão de anos permanece escondido debaixo de vários quilómetros de gelo. Trata-se da primeira parte de um projecto que vai durar 15 anos, custar 11 milhões de dólares e contar com a participação de oito universidades do Reino Unido.

A camada de gelo que cobre o lago, um dos 387 subterrâneos que existem na Antárctida, aprisionou o calor geotérmico da Terra, impedindo que a água congele. A equipa liderada por Martin Siegart pretende colocar no lago uma sonda com câmaras de alta definição, luzes, aparelhos para colectar amostras e fazer medições. Assim, vai começar por instalar os equipamentos de perfuração e voltar ao local no fim de 2012 para recolher os dados.
Entre bactérias, micróbios e outras formas de vida simples, os cientistas esperam encontrar um habitat na temperatura de -25 graus Celsius que está selado para o resto do mundo há mais de um milhão de anos.

As amostras que vão recolher podem revelar formas de vida desconhecidas que terão existido antes de o lago ter gelado e que, dessa forma, podem ser testemunhos de como era a vida na Terra.

Alguns especialistas estão preocupados com a interferência humana num ambiente ainda intocado e que consequências pode isso trazer. Para evitar a contaminação do lago, o grupo garante que usará equipamentos esterilizados.
Fonte: Ciência Hoje

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mamografia sistemática: inútil na redução da mortalidade

Além da mamografia poder ser ligeiramente dolorosa para a mulher por compressão da mama e de existirem numerosos casos de falsos positivos que provocam inutilmente preocupações psicológicas, alguns estudos sugerem que a repetição sistemática das mamografias preventivas poderá em vez de diminuir, aumentar o risco de contrair um cancro da mama devido às radiações.


Apesar destes constrangimentos, trata-se aqui de saber se o despiste do cancro da mama através de mamografias sistemáticas pode prevenir o seu aparecimento.


Ora, a revista British Medical Journal (BMJ) acabou de publicar no dia 28 de julho de 2011 um estudo que prova a inutilidade das mamografias de rotina na diminuição da mortalidade no cancro da mama.


Os autores compararam a mortalidade do cancro da mama em vários países em que os meios de tratamento eram idênticos, mas em que o despiste sistemático por mamografia se iniciou em datas diferentes.


O período do estudo foi de 1989 a 2006. Os países foram a Suécia, a Noruega, a Holanda, a Bélgica, a Suíça e a Islândia, portanto países em que os meios de tratamento após o despiste de um cancro da mama são similares. 


Primeira constatação: durante este período verificou-se um decréscimo em 25% da mortalidade por cancro da mama. À primeira vista pode-se pensar que essa diminuição terá sido devida ao despiste sistemático pela mamografia. Mas, apesar dos vários factores que dificultam a interpretação, parece não ter sido o despiste com as mamografias que conduziram à diminuição da mortalidade por cancro da mama, mas sim, os progressos no seu tratamento.


Os autores constataram que apesar da introdução do despiste sistemático com a mamografia se ter realizado anos diferentes nestes países, a diminuição progressiva da mortalidade verificada foi exactamente a mesma em todos esses países.
 
Fonte: Octopus
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Deixe sua comida ser seu remédio e seu remédio ser sua comida" Hipócrates (460 a 370 A.C.)

"O melhor documentário sobre saúde e alimentação do Docverdade. Especialmente indicado para os pacientes com cancro, depressão e outras doenças crónicas, assim como para qualquer pessoa que queira ter uma vida mais saudável. O filme confronta a medicinal tradicional com a ortomolecular, a medicina baseada na nutrição. Mostra quão equivocada está a nossa maneira de tratar as doenças.
O filme também mostra o ciclo vicioso da agricultura intensiva, que acaba com os nutrientes do solo, formando plantas mais frágeis aos ataques de pestes e pragas, que acaba levando a aplicação de pesticidas, que as contaminam, que acabam envenenando quem as come, que se tornará mais fraco e buscará medicamentos. A perda de nutrientes pelo envelhecimento da comida através do transporte e pela própria carência de minerais do solo e o processo de confecção dessa comida, que acaba com os elementos essenciais para a vida, contribui ainda mais para esse terrível quadro nutricional.
Você sabia que 70% dos pacientes de qualquer estágio de cancro tratados com quimioterapia, radiação ou cirurgia morrem em menos de 5 anos? E que mais de metade dos pacientes em estado avançado de cancro tratados com vitaminas e com alimentação baseadas em vegetais crus sobrevivem?
Nessa história, os únicos que ganham são as indústrias químicas e farmacêuticas, que contam com a desinformação da sociedade.
(Comentário original: Docverdade)

"As pessoas precisam de informação e não de medicação"

 


 Agradecimentos:
 www.NOVACOMUNIDADE.org - O MODELO COOPERATIVO FAMILIAR
 www.MDDVTM.org - MOVIMENTO DE DEMOCRACIA DIRECTA VTM

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Excesso de CO2 provoca falta de lateralização em peixes

Não conseguiam distinguir a direita da esquerda

CO2 afectou comportamento auditivo e níveis de actividade.

 

A lista de consequências já é grande, mas caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) continuem a aumentar, o comportamento dos peixes poderá ficar gravemente perturbado, segundo avança um estudo publicado na «Biology Letters», por investigadores da James Cook University (Austrália).

 

 

 Peixes crescidos em laboratório, numa água enriquecida com CO2 em proporções semelhantes às quantidades previstas para dentro de umas décadas, perderam todas as faculdades de lateralização, ou seja, verificou-se que não conseguiam distinguir a direita da esquerda.

Em condições normais, estes animais são geralmente ‘inteligentes’ e capazes de se dirigirem para o mesmo lado para fugir de um predador ou ara se deslocarem. A equipa de Philip Munday, líder do estudo, mostrou que o CO2 afecta o comportamento auditivo e os níveis de actividade de peixes de recife larvais, aumentando o seu risco de serem apanhados por predadores.

Contudo, os mecanismos que estão na base dessas modificações ainda são desconhecidos. A lateralização comportamental é uma expressão de assimetrias cerebrais funcionais e assim leva à hipótese que CO2 afecta a função cerebral.

Os investigadores realizaram testes num labirinto que mostraram que os peixes que habitam águas cheias de dióxido de carbono se deslocam de forma aleatória, sem ter orientação. Os investigadores querem tentar saber se os sentidos dos seres humanos também. No entanto, vão continuar a debruçar-se sobre os peixes para descobrir que outros sintomas podem apresentar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Era da Estupidez

"Poderíamos ter evitado o fim do Mundo... pode ser este o pensamento futuro dos que restarão à devastação humana, produto de nossas próprias actividades. Apesar de se focar mais na questão das emissões de CO2, este filme-documentário mostra de forma lúdica e dinâmica, através de testemunhos e óptimas animações, a agressão do homem à natureza, a despreocupação em extrair todos os recursos possíveis, em contaminar o meio ambiente, em querer o infindável crescimento económico nunca saciado pelos poderosos, resultando na miséria dos menos favorecidos, a vocação dos grandes impérios pela história em saquear, assassinar e devastar lugares e povos em nome do lucro. Nessa jornada embriagada do capitalismo, não nos demos conta, apesar de todos os sinais da natureza, que estamos acabando com o planeta, e que o tempo para evitar essa catástrofe estará se esgotando em alguns anos. “É como usar binóculo para ver as pessoas de longe na praia, andando em círculos, concentradas na areia debaixo dos seus pés, enquanto um tsunami dirige-se à praia.”


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PORTUGAL - Um olhar de nuestros hermanos.

Imagens soberbas, esplendorosas, magníficas. Uma reportagem fantástica que mostra, por incrível que pareça, o que só alguns portugueses conhecem.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

ÁRVORE MAIS ANTIGA DE PORTUGAL, TEM 2850 ANOS

Oliveira com a bonita idade de 2 850 anos
A árvore mais velha de Portugal, com 2.850 anos, foi certificada em Santa Iria da Azóia, concelho de Loures, graças a um método inovador de datação desenvolvido ao longo de dois anos pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

A oliveira recebe no sábado uma “certidão de idade”, num acto público organizado pela Associação de Defesa do Património Ambiental e Cultural (ADPAC) de Santa Iria da Azóia, uma das ‘culpadas’ pela datação recorde.

O processo começou muito antes quando um empresário de comércio de árvores ornamentais passou a necessitar de fazer acompanhar as espécies de um atestado de idade. O empresário contactou a UTAD, que desenvolveu uma técnica inovadora da dimensão das árvores e que já foi patenteada, contou à Lusa um dos dois principais investigadores do método, José Luís Louzada.
 A idade das árvores era atribuída até ao momento pela contagem dos anéis, porque em cada ano as árvores formam um risco, ou pela técnica de medição do carbono 14, que tende a diminuir com a passagem do tempo.

“Mas em qualquer um desses métodos, a árvore não pode estar oca: porque sem madeira não se podem contar os anéis, nem retirar uma amostra da parte mais antiga da árvore, que deixa de existir (para a técnica do carbono 14)”, explicou o investigador.

A terceira metodologia surgiu então da hipótese de que árvores mais velhas têm determinado volume ou dimensão. Face ao clima português, foram estudados padrões de crescimento para saber quanto tempo demora uma oliveira a atingir determinada dimensão.

A fórmula final foi conseguida com conclusões retiradas de avaliações de mais de 100 árvores e pelo “acaso” de o estudo coincidir com a construção da barragem do Alqueva, que obrigou ao abate de inúmeras espécies, facilitando o trabalho dos investigadores da UTAD.
Oliveira do tempo de Viriato, junto ao Castelo de Pirescouxe em Santa Iria da Azóia
 
A oliveira bravia que vai ser certificada foi identificada pela ADPAC, que contactou o empresário que tinha financiado a investigação e se tornou num dos proprietários da patente.

Raro ser vivo contemporâneo

Situada no Bairro da Covina, no que resta de um antigo olival próximo das ruínas do Castelo de Pirescouxe, a oliveira tem um perímetro na base de 10,15 metros (4,40 m de altura e 7,60 x 8,40 de diâmetro de copa). A idade e a localização da árvore permite identificá-la como um dos raros seres vivos contemporâneos de Viriato ou seja uma ‘testemunha’ da resistência dos Lusitanos à invasão Romana, das invasões árabes, à reconquista cristã e ao nascimento da nacionalidade portuguesa.

José Luís Louzada acredita que haverá no país uma oliveira mais antiga, mas cujo dono não acedeu à certificação. O investigador crê que em Trás-os-Montes e talvez na Beira Baixa existam castanheiros milenares, assim como na Galiza.

Investigadores ‘vizinhos’ têm tentado financiamento europeu para comprovar a hipótese, o que ainda não aconteceu, acrescentou o investigador. Os líderes do estudo foram José Luís Louzada e Pacheco Marques, investigadores do Departamento de Ciências Florestais e Arquitectura Paisagista da UTAD.

Fontes: Agência Lusa e Ciência Hoje

segunda-feira, 27 de junho de 2011

OCEANOS - MORTE ANUNCIADA

Pesca Intensiva

Os Oceanos enfrentam declínio "chocante"

 

Novo relatório revela situação sem precedentes na história da humanidade

 

 

 As pressões que se exercem nos oceanos, como o aumento de temperatura, as descargas ilegais e assassinas de produtos químicos altamente tóxicos ou a  sobre-pesca, fizeram os oceanos entrarem num declínio “chocante”, marcado por sintomas que antecedem as extinções em massa.
O alerta foi feito num relatório realizado por investigadores do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), que indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar numa fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.
Neste trabalho, o painel de especialistas advertiu que factores como a pesca intensiva, a poluição e as mudanças climáticas estão a agir de uma forma conjunta que não havia sido antecipada.
Pesca Selvagem
                                     

Segundo Alex Rogers, director científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford, "as conclusões são chocantes. Há mudanças que estão a acontecer mais rápido do que o expectável e de forma que não se esperava que fossem acontecer por centenas de anos", como o degelo no Árctico, na Gronelândia e na Antárctida, o aumento do nível dos oceanos e a libertação de metano no mar.


Efeitos em cadeia provocados pelos poluentes

Neste estudo verificou-se, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que lá foram depositadas. A existência destes componentes, para além de prejudicar a alimentação dos peixes que os consomem, é responsável pela proliferação de algas tóxicas.

O estudo descreveu também como a acidificação dos mares, o aquecimento global e a poluição estão a agir de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75 por cento dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.
O relatório observou ainda que episódios anteriores de extinção em massa revelaram tendências que estão a ocorrer actualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigénio na água.                                                       


Degelo e Poluição

"Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo actual da extinção é muito mais alto [do que no passado] e o que enfrentamos é, certamente, um episódio de extinção global significativa", afirmou Alex Rogers, explicando ainda que os níveis de CO2 que são absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos do que os registados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos.  

Alex Rogers

Este relatório, que será formalmente apresentado esta semana em Nova Iorque, recomenda ainda que se acabe, urgentemente, com a pesca intensiva, dando atenção ao alto mar, onde não há regulamentação eficaz, que se mapeie e reduza a entrada de poluentes como plásticos, fertilizantes agrícolas e dejectos humanos e que se minimize as emissões de gases de efeito estufa.

Tudo 'coisas' impossíveis de por em prática com esta 'espécie' de gente. A civilização começou quando o homem cortou a primeira árvore, terminará quando não houver mais árvores para cortar; P'lo meio extinguir-se-á o último peixe e se ainda houver testemunhas, assistirão à agonia terrível da 'espécime' mais predadora que o planeta já conheceu:

O Homo Sapiens Sapiens

 P.S. - Mais de 60% do peixe aproveitado (Grande Parte da Pesca Regressa ao Mar) no mundo serve para fabricar rações para o gado, outra grande percentagem para a indústria química, imensas vezes para o preço na lota não 'cair' é dada ordem para 'despejar' toneladas de pescado (já sem vida), no mar. Só uma ínfima parte chega à mesa do consumidor. 

Fontes: Ciência Hoje; Google; Infopédia, Público e Wikipédia.

 

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Meu rio, contigo choro.


 O Tejo desde a sua nascente até se encontrar com o Atlântico é "utilizado" para quase tudo, menos para aquilo que nasceu: DAR VIDA, por onde passa. Ao longo dos séculos todos os povos que se instalaram nas suas margens aprenderem a partilhar o quotidiano com as suas águas. Respeitaram-no em tempo de fúria porque das suas inundações ficava a 'nata' ou 'nateiro' que sempre fertilizaram as terras alagadas. Colhiam das suas entranhas a 'carne' que nele nascia, fizeram dele estrada que aproximou povoados. Os povos Árabes cedo se instalaram junto dele pela semelhança com o seu Nilo, também ele ciclicamente espalhava o 'nateiro' que alimentou gerações.
Depois veio o "progresso" (???), ainda em terras de Espanha o "TAJO" arrefece 'centrais nucleares' e é aprisionado (sem culpa formada) em represas gigantes. Entra em Portugal, alimenta industrias químicas lavam com ele pasta de papel e aprisionam-no outra vez. No nosso país chamam-lhe Tejo, faz da província que atravessa o 'celeiro' desta nação e como paga, envenenam-lhe o sangue e matam-lhe os filhos.
Numa das zonas mais enriquecidas pelo Rio (Benavente/Salvaterra-de-Magos) um Grupo de 'cantautores' os "Meninos d'Avó" 'choram' a sua sorte, choram talvez a nossa.
Nasci a cerca de 100 metros do Rio Tejo e agonio com ele.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aquecimento Global - O Planeta Agradece

 


A conhecida miopia do Poder e do Grande Capital para com as questões ambientais em geral e com o Aquecimento Global em particular, usa agora óculos. Óptimo, pensamos nós tentando descobrir que superiores desígnios motivaram esta inesperada e exacerbada sensibilidade: talvez os reiterados avisos de cientistas, ambientalistas e sociólogos para a catástrofe ambiental e humanitária que se avizinha à escala global, ou talvez os repetidos apelos de políticos mais ou menos avisados como Al Gore.

Mas não, o Oftalmologista responsável por estas vistas largas responde pelo nome de Sir Nicholas Stern. Não, não é um ambientalista, é mesmo um Economista.

Stern foi é um dos mais reputados especialistas financeiros do Reino Unido, economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial entre 2000 e 2003, membro da Academia Britânica e da Academia Americana das Artes, e produziu um estudo sobre os efeitos do aquecimento na Economia, que conduziu ao famoso Relatório Stern, sob encomenda de Gordon Brown, futuro Primeiro Ministro Britânico. O resultado do estudo mostrou-se alarmante apontando para que, se nada for feito, o clima poderá aquecer até 5ºC, e as alterações climáticas custarão anualmente, no futuro, entre 5% e 20% de toda a riqueza produzida no planeta: qualquer coisa como 5,5 biliões de euros por ano a partir do final deste século, ou seja 37 vezes o PIB português.

Trezentos milhões de pessoas poderão tornar-se refugiados climáticos e 40% das espécies animais correrão o perigo de extinção. Mas o estudo também trás boas notícias: o colapso económico poderá ser evitado se um conjunto de países mais abastados investirem anualmente 1% do seu PIB em medidas concretas de prevenção do aquecimento global. Stern conseguiu convencer o poder e o capital que combater as alterações do clima é um investimento como outro qualquer – semear hoje um euro para amanhã colher vinte, quem sabe mais... Feito o aviso, começámos a assistir à correria desenfreada dos líderes mundiais para apresentarem as suas soluções e investimentos em projectos que visem deter o aquecimento global.
  
Paul Wolfowitz, ex falcão neo-conservador da Administração Bush e actualmente presidente do Banco Mundial regozijou-se com “a fundamental análise económica dos assuntos relacionados com as alterações climáticas” do Relatório, John Howard, primeiro ministro Australiano, que nunca ratificou o Protocolo de Quioto, anunciou um investimento de 38 milhões de euros em projectos que ajudassem reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e até o próprio Bush parece hoje querer fazer tábua rasa da sua alarve atitude de negação do processo de alterações climáticas e abrir os EUA a futuras iniciativas neste sentido.
Para além do que sustenta James Hansen - “Quanto aos aspectos técnicos, fazer parar a subida da temperatura global para menos um grau Celsius está inteiramente ao nosso alcance. Tudo depende agora de um público informado que reforce a vontade política dos dirigentes deste planeta em aquecimento.”, um Grande Capital informado e preocupado parece valer mais do que mil milhões de terráqueos motivados. Não será pelos melhores motivos, mas, neste caso, a hipocrisia é bem vinda, os fins justificam os meios e o Planeta agradece.
Obrigado Sir Stern.

Fonte: Obvious

terça-feira, 10 de maio de 2011

Lotação Esgotada?

Documentário: Quantas Pessoas Cabem Na Terra?
Título original: How Many People Can Live On Planet Earth
"Num programa especial, o naturalista Sir David Attenborough investiga se o mundo ruma para uma crise populacional. Na sua longuíssima carreira, ele observou que a população humana passou de 2.5 biliões em 1950 para quase 7 biliões."
Gravado no canal RTP2 dia 14.09.2010
Legendado em português (PT-PT)



Quantas Pessoas Cabem Na Terra - How Many People Can Live On Planet Earth from MDDVTM VIDEOS on Vimeo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O SEGREDO DO LAGO VOSTOK

O homem está próximo de realizar uma das prováveis maiores descobertas do século. O lago Vostok representa possibilidades de resposta sobre questões essenciais do nosso planeta - e até mesmo de outros.
Faz parte da natureza humana a curiosidade, essa fascinante força motriz para a descoberta e, consequentemente, para o conhecimento. Habitamos um mundo que contém demasiadas espécies de vida, com as quais coexistimos sempre. E é de nosso feitio explorar, analisar e muitas vezes usurpar aquilo que queremos compreender. Com o lago Vostok a curiosidade não é diferente, mas o homem age com muita cautela na exploração deste lugar que pode conter informações preciosas e, até agora, únicas.
Em 1957, os russos estabeleceram uma remota base na Antárctida, a estação Vostok, lugar este que teve a mais baixa temperatura da história do planeta registada pelo homem: - 89º C. Manter esta estação por questões logísticas, como suprimento dos integrantes, foi algo difícil e, se não fosse por causa do lago, o nome Vostok se perderia facilmente na história. O que aconteceu, entretanto, foi que nos anos 70 os britânicos sobrevoaram esta área utilizando um radar aéreo e, ao passarem pela estação Vostok, foi recebido um sinal compatível a um sobrevoo marítimo. Mais 20 anos foram necessários para que as suspeitas fossem confirmadas e assim um satélite apontou a existência de água 4 km abaixo da superfície. Um lago de 250km de comprimento e 50 km de largura (na sua parte mais larga).
A existência de água no lugar mais frio da planeta aparentemente não faz sentido, mas existe uma explicação geológica para isso: abaixo da crosta terrestre existe o que os geólogos chamam de manto, rochas de vasta profundidade e consistência viscosa, com temperaturas que variam de 600º C até 3.500º C (as lavas oriundas de actividades vulcânicas se formam nesta camada). Desta forma seria possível que, em épocas remotas, cataclismos criassem uma estrutura propícia para a formação de um lago abaixo do gelo. Acima do lago existe ainda uma espessa camada de gelo que serve como um isolante térmico, garantindo seu estado líquido.
O fascínio científico pelo lago Vostok deve-se à sua imaculada propriedade física. Acredita-se que sua água deva possuir mais de 500 milhões de anos e desta forma organismos primitivos como bactérias poderiam ter atravessado eras, protegidos completamente de qualquer tipo de exposição ambiental.
Uma importante questão levantada em torno das especulações sobre a vida no lago Vostok foi a da necessidade da luz para a existência de vida, uma premissa que já foi devidamente quebrada. Nas profundezas dos oceanos e de cavernas, onde a luz solar não consegue chegar, existem diferentes espécies de animais bastante activos e com um organismo diferenciado. Normalmente de coloração transparente e cegos, estes peixes e insectos evoluíram eficientemente para sua sobrevivência, o que contribui para a hipótese de existência de vida no lago Vostok.
Outro indício ainda mais contundente foi a descoberta em 2005 de que o lago possui movimentação, correnteza. O posicionamento da lua e do sol alteram a sua superfície, fazendo com que ele expanda até 2 cm e, desta forma, compreendendo que movimento é energia, a tese da possibilidade de vida é mantida.
Essa possibilidade chamou atenção também da NASA, por um motivo bastante intrigante. Em nosso sistema solar, outros planetas também possuem luas e, no caso de Júpiter, existe uma lua em especial, chamada Europa, que contém uma superfície similar à da região da Antárctida onde está o lago Vostok. Desta forma, a comprovação de vida nas profundezas da região gélida séria um importante indício da possibilidade de vida extraterrestre.
Em 2001, o laboratório Jet Propulsion começou a criar uma espécie de broca altamente sofisticada chamada “Cryobot”, que seria a chave para alcançar esta água intocável pelo homem e por todo ecossistema, e assim obter uma amostra segura sem contaminação. Pretende também lançar ao lago o “Hydrobot”, uma máquina que servirá como câmara submarina e mostrará o que contêm as misteriosas águas do lago Vostok, estando fadada a permanecer aí para sempre.
Entretanto, esta expedição tem um carácter extremamente minucioso, uma vez que o contacto indevido da broca ou demais equipamentos com a água contaminaria toda a amostra, logo o resultado seria inválido e o estado primordial das águas estaria perdido para todo o sempre. É que a água estará intacta apenas uma vez (a tão famosa virgindade dando o seu ar da graça). A solução para o problema será a troca do aparelho usado nos últimos metros de perfuração, recorrendo a uma tecnologia de auto-esterilização.
         CRYOBOT

No início de 2010, o líder da expedição russa, Valery Lukin, revelou que faltariam apenas 100 metros para alcançar a água, e o laboratório físico nuclear de São Petersburgo está criando os últimos equipamentos necessários para o ato final. Espera-se chegar à água na corrente expedição, de 2011-2012, quando todo o equipamento necessário estiver pronto para utilização. A perfuração continuará a uma velocidade de 4 metros por dia.
Questões universais como de onde viemos, para onde vamos, se existe vida em outro lugar, são comummente ouvidas a gente hipócrita fazendo voz esdrúxula para imitar um suposto filósofo, cientista. É uma reacção medíocre (na média) desprezar aquilo que não compreendemos; no entanto, tem gente que leva isso a sério. Em breve estes cientistas poderão medir quão impactantes serão as provas obtidas no lago Vostok e assim dar continuidade à sua saga na busca de respostas. Boa sorte para eles, e que utilizem as informações com sabedoria, para o bem.

Tiago Vargas in OBVIOUS



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cabras Ibex - Uma lição de optimismo

Sejamos sinceros: de um modo geral, as cabras nunca foram muito populares. Nunca ninguém gosta realmente muito delas. E, provavelmente desde o fim da Heidi nas Montanhas, nenhum miúdo deve referi-las como o seu animal preferido. Ostracizámos desde cedo estes animais de quatro patas, presenteando-os com a nossa indiferença. Mas elas existem. E nós temos muito a aprender com elas. Ora veja.
Experimente fazer o seguinte exercício: abra um dicionário de Língua Portuguesa na letra “C” e procure a palavra cabra. Provavelmente vai encontrar lá algo deste género:
cabra1|s.f|s.2 gén.
1. Mamífero ruminante cavicórneo; 2. Fêmea do bode; 3. Pequeno guindaste; 4. Insecto semelhante à aranha e que anda à tona de água; 5. Peixe do género triglo, também conhecido por cabrita ou cabrinha; 6. Mulher de mau génio ou que berra muito; 7. Prostituta, rameira.
8. Bebedeira; 9. Mestiço filho de mulato e negra ou vice-versa.
Agora exclua o 1 e 2, que são as características gerais da cabra, ou o que a define; exclua também o 3, o 4 e o 5 – que podemos considerar como particularidades à volta do nome cabra; e detenha-se exclusivamente no 6, no 7 e no 8. Não são muito lisonjeadores, pois não? Principalmente, o 7.
Se tentar fazer o mesmo exercício com as palavras: porca, vaca ou cadela, verá que nenhum desses nomes é considerado tão ofensivo se usado fora do reino animal. Curioso, não? O que nos leva a perguntar que mal terão feito as cabras para ficarem associadas a tamanha sujidade de campo semântico.
Mas adiante. Se vir um pouco mais à frente no seu dicionário, também por lá deverá encontrar algo como: cabra montês ou montesa: cabra selvagem encontrada nos Alpes europeus e em regiões montanhosas da Ásia e da África, com longos chifres estriados e curvados para trás e pêlo de cor parda. Pois bem, nos Alpes Italianos, mais concretamente na Barragem de Cingino, há uma espécie de cabra montês em particular que parece realmente estar-se nas tintas para o que os outros podem ou não pensar delas. São as cabras ibex.



As cabras ibex são conhecidas entre outras coisas pelas suas excelentes capacidades de escalada. Normalmente, escalam rochedos e coisas que tais, mas nesta região a Norte de Itália elas esmeraram-se e resolveram escalar as paredes de uma barragem com nada mais, nada menos, do que 48.76 metros de altura e com uma inclinação de quase 90º. Calcula-se que não sofram de vertigens.
Cá de baixo, nós, os que temos polegares oponíveis, mas que, sem recurso a bom material de escalada, dificilmente conseguiríamos fazer o mesmo, usamos um outro dedo, o indicador, e vaticinamos o juízo final: estas cabras só podem estar doidas.
Estes animais herbívoros alimentam-se fundamentalmente de ervas, feno, plantas e folhas, e refugiam-se nas alturas como forma de escapar aos seus predadores: ursos, lobos, raposas, águias douradas e nós, os humanos. Mas mesmo isto não justifica inteiramente a subida da barragem de Cingino, com tão bom rochedo e de vista desafogada que pulula os alpes italianos. Será puro exibicionismo?
Aparentemente, a resposta está no sal contido nos tijolos da barragem. Estes são ricos em sais minerais, e elas parecem gostar mesmo muito disso, para desafiarem de forma tão descarada a lei da gravidade e ainda terem a petulância de não mostrar qualquer receio em caírem dali abaixo.
Não se sabe quem foi a cabra que primeiro terá tido ideia tão inovadora, nem porque é que as outras decidiram segui-la. A única coisa que sabemos é que essa cabra viu algo de que gostou e foi na sua direcção. Não pensou na barragem como um obstáculo - tirou partido dela.
Não vem no dicionário mas, entre outras coisas, estamos em crer que ser uma cabra implica ter coragem e uma atitude descomplicada face às situações do dia-a-dia. Porque apesar de poderem morrer a tentar lamber o sal de que tanto gostam, o medo não faz parte do seu léxico. Elas não se preocupam. Personificam o optimismo e desconhecem o significado da palavra impossível. Só querem mesmo saber do sal que lhes dá sabor à vida.



Fonte: obvious
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