Certamente que isto é uma grande parte da nossa dignidade... que possamos conhecer e que, através de nós, a matéria possa conhecer-se a si própria; que, começando com protões e electrões, saídos do princípio dos tempos e da vastidão do espaço, possamos começar a entender; que, organizados como estão em nós, o hidrogénio, o carbono, o nitrogénio, o oxigénio, esses 16 a 21 elementos, a água, a luz do Sol- todos eles, tendo-se transformado em nós, possam começar a entender o que são, e como se tornaram nisso. George Wald (Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia) (1964)

sábado, 14 de agosto de 2010

Barragens afectam indígenas

Electricidade verde prejudica território e estilo de vida de povos tribais em vários pontos do mundo

Com o mote do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado na passada segunda-feira, a Survival International alertou para o impacto devastador dos efeitos da construção de barragens hidroeléctricas nos povos tribais.

Através de casos reais na Ásia, África e América, o artigo Presos no Desenvolvimento – Povos Indígenas e Barragens Hidroeléctricas, expõe o custo oculto da electricidade verde.
Uma década depois de a Comissão Mundial de Barragens reconhecer que os projectos “conduziram ao empobrecimento e ao sofrimento de milhões de pessoas”, continuamos a assistir a um rápido crescimento global na construção de barragens, liderado por grupos de pressão internacional desta indústria.
O Banco Mundial, por exemplo, destina onze mil milhões de dólares para a construção de 211 projectos hidroeléctricos de todo o mundo. O artigo afirma que os povos indígenas se encontram à margem, com os seus direitos violados e as suas terras destruídas.
Da Amazónia ao Bornéu


Os indígenas amazónicos Enawene Nawe vivem numa zona chuvosa de savana tropical no estado de Mato Grosso, no oeste brasileiro, onde as autoridades do país pretendem construir 29 barragens.





O povo Penan Sarawak, na parte da Malásia da ilha de Bornéu, pode ser expulso das suas terras para dar lugar a outra barragem. Os indígenas estão a lutar para deter a desconstrução do que resta das suas selvas e do seu modo de vida.
                                                          Homem da tribo Penan Sarawak

Outros povos da Etiópia tambem podem vir a ser forçados a depender de ajuda alimentar se não se travar mais uma estrutura no famoso rio Omo. Um homem do povo Kwegu, no vale de Omo, afirmou: “A nossa terra está estragada. Fecharam a água e agora passamos fome. Abram a barragem e deixem que a água flua”.
Esta semana, centenas de indígenas brasileiros reuniram-se para mostrar oposição à barragem de Belo Monte, a terceira maior do mundo, que ameaça o território de vários povos e as suas fontes de alimento.

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